A harpa é um dos instrumentos mais antigos e enigmáticos da história da música, compartilhando com a flauta a distinção de ser uma das primeiras criações musicais da humanidade.
Surgida dos arcos de caça que emitiam sons ao roçar a corda, a harpa sempre teve uma forma triangular, evocando a sua origem primitiva.
Composta por uma caixa de ressonância, coluna, pescoço(s), cordas e, em alguns modelos, pedais ou levers (chaves/alavancas de semitom), a harpa é um instrumento tanto de beleza visual quanto sonora.
A Viagem da Harpa Através dos Tempos e Culturas
A história da harpa é marcada por uma trajetória rica e diversificada. Durante o crescimento do islamismo no século VIII, a harpa viajou do norte da África até a Espanha, de onde se disseminou rapidamente pela Europa.
Um momento significativo na evolução da harpa ocorreu por volta de 1720, com a invenção da harpa com pedais por Celestin Hochbrücker, um avanço posteriormente aprimorado pelo francês Érard em 1810.
A harpa sinfônica moderna, dotada de 47 ou 48 cordas paralelas e sete pedais, reflete essa evolução, com suas cordas dispostas em escala diatônica.
Origens Antigas: Da Babilônia à Mesopotâmia
As referências mais antigas às harpas remontam a séculos antes de Cristo, com evidências encontradas na Babilônia e na Mesopotâmia.
Desenhos de harpas foram descobertos na tumba do Faraó Ramessés III, em esculturas da Grécia Antiga, e em cavernas do Iraque datadas de 2900 a.C.
Além disso, textos religiosos cristãos sugerem que a harpa existia até mesmo antes do grande Dilúvio.
A presença da harpa nas culturas dos caldeus, egípcios, gregos e romanos, e seu papel contínuo em algumas culturas africanas do Saara, como entre os Bwiti, atesta sua importância e longevidade através dos tempos.
Diversidade de Modelos: Harpas Através dos Séculos
A harpa sinfônica, ou de pedais de dupla ação, é a mais comum em orquestras. Sua capacidade de mudar o tom das notas por meio de pedais torna-a adequada para músicas modulantes.
Este tipo de harpa é conhecido pela sua complexidade e pelo planejamento necessário para executar peças que exigem mudanças frequentes de pedais.
Outros modelos incluem a harpa paraguaia, popular por seu custo acessível, e a harpa celta e modelos “student”, com levers que permitem ajustar o tom das cordas individualmente.
Essas harpas são mais adequadas para músicas com pouca ou nenhuma modulação durante a execução.
A harpa cromática de cordas cruzadas, com duas fileiras de cordas para notas naturais e acidentadas, permite glissandos cromáticos, mas seu uso é tecnicamente complexo e seu som é relativamente fraco comparado à harpa de pedais.
Harpistas Famosos e Variantes Modernas
Ao longo da história, muitos harpistas se destacaram, como Nicolas Bochsa, Harpo Marx, Gabriel Cavalcante, Loreena McKennitt e Órla Fallon.
No Brasil, Cristina Braga e Acácia Brazil são nomes notáveis. Além disso, inovações como a harpa a laser, popularizada por Jean Michel Jarre, e a claviarpa do século XIX, demonstram a capacidade deste instrumento de se adaptar e se reinventar ao longo do tempo.
Conclusão
A harpa, com suas origens místicas e sua evolução através dos séculos, continua a ser um símbolo de magia e história na música, seja em sua forma tradicional ou em variações modernas.
Seu som distintivo e forma elegante continuam a ser uma fonte de inspiração no mundo todo.
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