Chico Salles fez um show de lançamento do CD “ROSIL DO BRASIL” NO TEATRO RIVAL.
Participações de Biliu de Campina, da Paraíba, e Maciel Melo, de Pernambuco
Chico Salles, o paraibano mais carioca do país, mostrou no Teatro Rival, no dia 12 de maio, o repertório de seu CD, Rosil do Brasil por Chico Salles, que veio ressaltar e registrar a obra musical do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti, gravada originalmente nas décadas de 40, 50 e 60 pelos nordestinos Jackson do Pandeiro, Marinês, Genival Lacerda, Luiz Gonzaga e outros, que, até hoje, é composta de verdadeiros sucessos nacionais.
Em 2015, completou-se os 100 anos de nascimento de Rosil Cavalcanti, autor de todos os gêneros da música regional nordestina, como baião, xote e coco.
Quem é Chico Salles?
Nascido em Macaparana, Pernambuco, desembarcou em Campina Grande em 1943 e ali exerceu as atividades de compositor e apresentador de programas de rádio e TV, adotando o codinome de Zé Lagoa, atuando nas rádios Caturité e Borborema e na TV Borborema.
As canções de Rosil foram (e são) sucesso no país inteiro. Quando de sua morte, em 1968, o nordeste parou.
Campina Grande assistiu a mais profunda comoção. Desaparecera subitamente sua síntese poética, suas alegrias e suas tristezas.
Compôs mais de 80 músicas, algumas de memoráveis parcerias como a com Jackson do Pandeiro (Os Cabelos de Maria, Quadro Negro, Forró na Gafieira e Na Base da Chinela) – que gravou mais de vinte músicas dele.
Um de seus maiores sucessos foi o coco Sebastiana, originalmente lançado por Jackson em um disco pelo selo Copacabana e grande destaque do carnaval de 1953 e, posteriormente, regravado por Gal Costa. Luiz Gonzaga foi outro que gravou vários sucessos do compositor como Aquarela Nordestina, Amigo Velho, Tropeiros da Borborema e Ô Véio Macho.
Com produção de José Milton e arranjos de Adelson Viana e João Lyra, este CD Rosil do Brasil revelou uma faceta da vasta obra de Rosil Cavalcanti.
Esta releitura vem com participações do naipe de grandes nomes da nossa música como Chico Cesar (Sebastiana), Maciel Melo (O Véio Macho), Josildo Sá (Forró na Gafieira), Biliu de Campina (Coco do Norte) e Silvério Pessoa (Forró de Zé Lagoa).
Além das participações no show de Biliu de Campina, da Paraíba, e Maciel Melo, de Pernambuco, que gravaram no disco com Chico Salles, estarão também com ele no palco João Lyra (violão e viola), Nizo Jeremias (acordeom), Gamarra (cavaco), João Camarero (violão de sete cordas), Zé Gomes (pandeiro), Durval Pereira (zabumba) e José Leal (percussão).
Chico Salles já lançou cinco discos, todos na ceara do forró, mas com pitadas de sambas: “Confissões” (2000), “Nordestino Carioca” (2002), “Forrozando” (2005), pelo qual foi indicado como melhor disco e melhor cantor na categoria regional ao Prêmio da Música Brasileira. Depois veio “Tá no Sangue e no Suor” (2007) e “O Bicho Pega” (2010). O sexto e último “Sérgio Samba Sampaio” (2013), tirou do baú músicas do compositor, pouco conhecidas do público.
Paraibano de Souza, Chico Salles chegou ao Rio de Janeiro nos anos 70.
Forrozeiro, cantador e cordelista, membro da Academia Brasileira de Literatura de Cordel desde maio de 2007, onde ocupou a cadeira nº. 10, que originalmente pertencia a Catulo da Paixão Cearense, sempre circulou com desenvoltura pela cidade, incorporando a ginga do samba carioca à força da música na suas origens sertanejas.
Chico Salles teve uma carreira consolidada, circulou entre as melhores rodas de samba e forró do Rio de Janeiro e participou de vários projetos.
Além disso, ganhou concursos de melhor samba enredo em vários blocos da cidade, nos anos 90, como Simpatia é Quase Amor, Barbas, Elas e Elas, Banda da Barra e Vem Cá me Dá.
José Nêumanne, jornalista, poeta e escritor, assim escreveu sobre este Rosil do Brasil por Chico Salles: “Nunca ninguém conseguiu emular Zé Jack no ritmo e na divisão.
Mas Chico Salles ousou mostrar que por trás dele havia o Rosil do Brasil. E não é que o danado se saiu bem demais na missão?!
Este CD é a melhor prova de que é possível resgatar a genialidade por trás de Jackson exibindo autores do naipe de Rosil.
O melhor da verve do autor na interpretação do rei do coco de umbigada foi resgatado numa coletânea primorosamente arranjada e cantada.”