Se você quer saber mais sobre a Luiza Dionizio, continue lendo até o final.
Luiza Dionizio não é, como se já fosse pouco, apenas a maior cantora inédita em disco do Brasil.
Não é somente a melhor voz de uma Lapa cheia de vozes novas.
Não é só a bola da vez.
Nem aquela cantora que quem é malandro mesmo já identificou.
Senão pergunte ao poeta Wilson Moreira (“o brilho de uma linda cor com toda a virtuosidade”), consulte tecnicamente a professora Fátima Guedes (“É uma das cantoras mais elegantes e exatas que eu conheço, ou, ainda, lembre de quem é a voz que o genial Luiz Carlos da Vila gostava tanto de ouvir nos seus momentos de entrega total à música, fora dos holofotes, num quintal da Vila da Penha natal de ambos…
Devoção apresenta um repertório escolhido cuidadosamente, Luiza Dionizio fez um retrato da música carioca contemporânea.
É, como disse, o retrato de uma utopia, a do samba como algo vivo, vibrante, atual como o canto dela.
O primeiro disco de Luiza, cuidadosamente gestado nos últimos anos e ansiosamente esperado pelo mundo do samba, explica essa utopia.
Lança, por exemplo, um samba que já nasce clássico e que encarna mesmo a utopia: “Vila da Penha”.
Trata-se de uma parceria de um autor consagrado, Luiz Carlos da Vila, com um jovem promissor, Luiz Carlos Máximo, de quem Luiza é a principal intérprete.
O disco joga uma luz muito especial sobre a figura de Luiz Carlos Máximo, compositor da nova geração que, como Luiza, é bola da vez, já ganhou dois sambas da Portela, mas ainda não foi cuidadosamente observado fora do meio.
É dele a sinuosa melodia do samba choro “Velho amigo”, feito sobre soneto de Paulo César Pinheiro em homenagem a Aldir Blanc e que comprova seu talento musical.
É dele também letra e música de “Conceição da Praia”, emocionante homenagem à santa de devoção de Luiza.